Jornal de Medicina e Saúde

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27 dezembro 2005


Prevenir é o melhor "remédio" para evitar a osteoporose

Hábitos alimentares saudáveis e exercício físico moderado podem ser aliados na prevenção desta doença “silenciosa”.

A prevenção é a única arma para evitar a perda de massa óssea e o surgimento da osteoporose, e faz-se a partir da medição da densidade óssea, a densitometria. Este processo de rastreio quando é precoce, reduz a probabilidade dos indivíduos virem a sofrer da doença. O estilo de vida é outro factor que pode ser preventivo ou de risco.
A osteoporose é uma doença degenerativa que resulta de uma deterioração e redução de massa óssea, tornando esta os ossos mais frágeis, podendo estes quebrar-se de forma espontânea ou devido a pequenas quedas. A doença não tem sintomas, e é isso que a torna perigosa, só sendo detectada a partir da realização de uma densitometria. Os idosos e as mulheres são os mais afectados pela osteoporose. (ver caixa)
Os doentes ainda não podem recorrer a nenhum método para restaurar a sua qualidade óssea, tendo apenas ao seu dispor um conjunto de medicamentos que contribuem para a formação do osso e/ou reduzem a sua destruição.
A osteoporose é uma doença reumática muito prevalente e que está a aumentar. Estima-se que existam, no mundo mais de 200 milhões de doentes, e prevê-se que esse valor aumente para o dobro até 2020. Uma em cada três mulheres, com mais de 65 anos, é vítima de algum tipo de fractura devido à osteoporose; e quatro em cada dez têm uma fractura vertebral, antes dos 80 anos. Um em cada seis homens terá uma fractura do fémur.
O esmagamento das vértebras é a consequência mais vulgar desta patologia que origina a acentuada curvatura nos idosos, que vão perdendo centímetros de altura, com a evolução da sua situação clínica.
Apesar da osteoporose não ser considerada uma doença mortal, após uma fractura da anca –colo do fémur -, entre 20 e 30% das mulheres e 34% dos homens morrem, num período de seis meses; e 50% fica incapacitado fisicamente e dependente.
Hábitos alimentares saudáveis e exercício físico moderado podem ser aliados da prevenção desta doença “silenciosa”.

Caixa
Os idosos e as mulheres constituem o principal grupo de risco vulnerável à osteoporose. A formação de massa óssea é menor nas mulheres do que nos homens, e este facto acentuado pela perda óssea característica da menopausa torna-as mais susceptíveis ao desenvolvimento da doença. De referir ainda que, a partir dos 35 anos, a formação óssea nas mulheres decresce.
As pessoas magras e inactivas, por doença ou sedentarismo, bem como as que nunca ingeriram nem ingerem as doses recomendadas de cálcio, têm igualmente um risco acrescido de virem a sofrer de osteoporose. A hereditariedade, o excesso de tabaco, o álcool, o café, e o consumo prolongado de certos medicamentos – corticosteróides, anti-epilépticos, hormonas tiroideias, etc, são considerados factores de risco.

Daniela Gonçalves
* Com base no artigo sobre Osteoporose que consta no número 126 da revista “Saúde e Bem-Estar”.
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