Jornal de Medicina e Saúde

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05 março 2006



Técnica testada em corações de silicone
Operação ao coração sem abertura do peito pode vir a ser uma realidade


Em breve, poderá ser possível realizar cirurgias ao coração sem abrir o peito do doente. A técnica é inovadora e foi desenvolvida, recentemente, por cientistas do Imperial College of London.
Um programa informático cria uma imagem estática do coração, que é analisada pelo cirurgião, e em simultâneo, o robot que opera o doente interage sincronizado com os batimentos cardíacos.
Geralmente, as intervenções cirúrgicas cardíacas implicam que haja uma paragem obrigatória do coração, e, durante a cirurgia, o sangue tem que circular através de uma bomba externa. A novidade é que agora, o cirurgião opera o doente tendo por base apenas um ecrã, onde é visível o coração parado, embora este continue a sua actividade, noticiou a LUSA, citada pelos Médicos na Internet, no dia 1.
O programa informático, desenvolvido por George Mylonas e pelo cirurgião Rajesh Aggarwal, e que tornou possível a nova técnica cirúrgica cardíaca, sincroniza os movimentos do robot “da Vinci”, em convergência com os batimentos cardíacos.
A nova técnica foi apresentada durante a Conferência de Tecnologias para Equipamentos Médicos, em Birmingham, na Grã-Bretanha, tendo sido apenas testada em corações de silicone, usando um braço mecânico. Abrem-se, contudo, novas perspectivas para a futura expansão e implementação de intervenções cirúrgicas apoiadas nas novas tecnologias, que poderão reduzir o impacto psicológico traumático, característico do tipo de cirurgia cardíaca.

Daniela Gonçalves
Créditos da fotografia: