Jornal de Medicina e Saúde

Blogue dedicado ao jornalismo em Medicina e Saúde, com artigos, entrevistas e notícias sobre investigação científica e o estado da Saúde em Portugal e no mundo.

11 fevereiro 2006


Investigação E.U.A
Stress na pré-menopausa pode ser responsável por défice cognitivo temporário


A perda de memória que afecta mulheres que se encontram na fase pré-menopausica não é uma falha de memória de curto prazo. Cientistas norte-americanos caracterizam este estado cognitivo como sendo um “curto-circuito” passageiro, que dificulta a capacidade de encadeamento e aprendizagem de informações novas. Na base do problema, explicam, poderá estar o stress que atinge estas mulheres neste novo período da sua vida, noticiou a Saúde na Internet, no dia 9.
Foi no âmbito do encontro anual da International Neuropsychological Association, nos E.U.A, que os investigadores divulgaram a conclusão do seu estudo. Segundo afirmou Mark Mapstone, professor de neurologia da University of Rochester Medical Center, em Nova Iorque, as mulheres interiorizam que não se lembram de algo, porém, isso não resulta da sua capacidade de memória, mas sim da não assimilação da informação.
O receio manifestado por várias mulheres na pré-menopausa de virem a ser um grupo de risco para o desenvolvimento futuro da doença de Alzheimer, não tem fundamento, explicou a neurologista Miriam Weber, que participou no estudo de Mapstone.
Este “curto-circuito” temporário que atinge mulheres na fase da pré-menopausa pode afectar qualquer pessoa. Isto porque a ansiedade ou a depressão podem atingir indivíduos de todas as faixas etárias, e são elas as responsáveis pelo stress que origina a quebra passageira de assimilação de informação.
A investigação de Mapstone e Weber vem confirmar o que outros investigadores tinham sugerido num estudo publicado pela revista “Neurology”, em 2003.

Daniela Gonçalves