Jornal de Medicina e Saúde

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17 janeiro 2006



Estudo do Group Health Cooperative
Exercício Físico trava desenvolvimento da demência nos mais velhos


Os adultos mais velhos que praticam exercício físico regularmente apresentam uma menor probabilidade de desenvolverem demência do que os indivíduos sedentários da sua idade. Esta é a conclusão de um estudo realizado pelo Group Health Cooperative, de Seattle, divulgado pela Reuters Health, no dia 16, e que foi publicado no Annals of Internal Medicine, no mesmo dia.
Caminhar três vezes por semana durante 15 minutos pode reduzir o risco do desenvolvimento da demência, sugere o estudo conduzido por Eric B. Larson. O investigador, salienta, no entanto que o ideal e o aconselhável é que “fazer exercício seja um hábito diário”.
Participaram no estudo 1740 indivíduos que tinham, aquando da selecção 65 anos, e não apresentavam qualquer défice cognitivo. Os participantes foram avaliados de dois em dois anos para aferir a incidência de demência.
Durante 6 anos, registaram-se 158 casos de demência, sendo 107 de Alzheimer. Constatou-se que a taxa de demência entre os participantes mais sedentários do estudo era 19,7 por 1000 pessoas por ano, enquanto que essa taxa era significativamente menor, 13 casos por 1000 pessoas por ano no caso dos participantes activos. Isto porque estes praticaram exercício físico três vezes por semana durante o período considerado, o que parece ser uma mais-valia para retardar as consequências degenerativas da demência, sugere o estudo de Larson.
O investigador não concebe, no entanto, o desporto como “arma” de combate ao surgimento da doença, apenas advertindo que poderá ter um papel importante para salvaguardar os adultos mais velhos de virem a “ter numa fase tardia da vida, a experiência de estarem totalmente dementes”.
Daniela Gonçalves
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