Jornal de Medicina e Saúde

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07 abril 2006



Dia Internacional da Saúde
Faltam quatro milhões de profissionais no mundo

África é o continente mais carente ao nível de profissionais de saúde, revela o relatório da Organização Mundial de Saúde. Os dados foram divulgados, hoje, Dia Internacional da Saúde

Os cuidados de saúde primários não chegam a mais de mil milhões de pessoas no mundo. A situação é agravada pela falta de quatro milhões de profissionais, sobretudo, médicos e enfermeiros, estima a Organização Mundial de Saúde (OMS), que vê a formação e planificação de recursos humanos no sector, como a principal resposta ao problema existente. Os números que constam no estudo da OMS foram conhecidos, hoje, Dia Internacional da Saúde.
Os países mais pobres continuam a ser os que apresentam mais necessidades em termos de profissionais de saúde, faltando mais de metade de profissionais, revela o relatório da OMS. Neste contexto, em 57 países, não é possível vacinar as crianças e prestar cuidados pré-natais e tratamentos a doentes com SIDA, paludismo e tuberculose.
África é o continente mais carente a este nível, sendo considerado pela OMS, o epicentro da crise mundial, noticiou, hoje, a TSF. Isto porque, em média, há 2, 3 profissionais de saúde para cada mil pessoas, enquanto que na Europa, a proporção é quase dez vezes superior, e nos E.U.A, ainda maior.
Um elevado número de mortes originadas por doenças infecciosas ou simples complicações na gravidez e parto são o rosto mais visível deste cenário. Situações que se poderiam evitar se não existissem carências ao nível de profissionais de saúde nestes países, sugere a OMS.
Preocupante é igualmente o desfasamento entre o crescimento mundial da população e a estagnação ou redução do número de profissionais de saúde, que são, actualmente, 60 milhões em todo o mundo. Um problema que é acentuado pela concentração destes profissionais, nos países ricos e nos centros urbanos de grande dimensão. Até porque se tem assistido a fluxos migratórios de profissionais de saúde dos países em desenvolvimento para o estrangeiro, com vista à melhoria do seu nível de vida. Este fenómeno é bem visível no Gana e nas Filipinas, países que “exportam” enfermeiros.
Formar e planificar os recursos humanos na área da saúde é, segundo a OMS, a estratégia a adoptar para solucionar o problema ao nível das carências ao nível de profissionais de saúde, sobretudo nos países mais pobres.

Daniela Gonçalves
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