Jornal de Medicina e Saúde

Blogue dedicado ao jornalismo em Medicina e Saúde, com artigos, entrevistas e notícias sobre investigação científica e o estado da Saúde em Portugal e no mundo.

25 janeiro 2006

Editorial

Bem-Estar individual e social
Inteligência Emocional é decisiva

A vida em sociedade exige que utilizemos "ferramentas" emocionais para ter sucesso no jogo social. A Sociologia ensina-nos que cada um tem o seu papel a desempenhar no corpo social, e que existem expectativas em relação à nossa actuação, que estão previamente estabelecidas.
Tudo isto exige-nos inteligência cognitiva, mas também emocional. Todos nós devemos ter a sabedoria de atribuír a cada itém a sua importância efectiva e não agir impusivamente, porque talvez o possamos ter aumentado na nossa mente. O discernimento está na base desta atitude que devemos adoptar. A boa gestão dos sentimentos anda de mão dada com esta capacidade de separar o importante do secundário, e o sucesso profissional poderá estar também intimamente ligado a estes dois factores. Isto porque quem não sabe participar na sociedade com inteligência emocional, não consegue relativizar, mergulhando no que não importa, e que causa sofrimento. A Psicologia explica o facto de conseguirmos ou não ser bons "jogadores", interagir de uma forma sincera, mas vigilante! Devemos pensar muito bem antes de expressarmos claramente certos traços de personalidade, sob pena de nos podermos vir a magoar, justamente devido à falta da tal "metacognição" ou autoconsciência das nossas emoções.
Daniel Goleman explica bem como funciona o nosso cérebro emocional.
É fantástica a sua explanação e ajuda-nos a descortinar os meandros da nossa mente... que apresenta duas assoalhadas: a parte emocional, por um lado, e a cognitiva, por outro.
Como bem diz este psicólogo, o domínio das emoções nada tem a ver com as nossas faculdades cognitivas e o raciocínio lógico. São assim domínios distintos e o primeiro parece, muitas vezes, bem mais rigoroso e difícil de dominar do que o segundo.
Esta inteligência emocional pode e deve ser trabalhada, mas tal requer um esforço considerável e uma grande força de vontade. Pode, no entanto, ser encarada como um desafio, e o que é a vida senão isso mesmo? Há que percorrer, gradualmente, estas etapas deste processo, e "limar" sempre que possível as nossas "arestas psicológicas", com vista a sentirmo-nos bem connosco e com os outros. Numa frase, "aprender a viver com destreza emocional".
Uma vez que me parece crucial conhecer melhor o campo do "cérebro emocional", bem como as suas regras, tenciono fazer uma entrevista a um (a) especialista versando sobre esta temática.
Daniela Gonçalves



Estudo na Dinamarca
Consumidores de vinho têm dieta mais saudável do que os de cerveja

Os dinamarqueses que bebem vinho têm hábitos alimentares mais saudáveis do que aqueles que ingerem cerveja, revela um estudo de investigadores do National Institute of Public Health, em Copenhaga, citado pela Reuters Health, no dia 20.
Há uma tendência para os apreciadores de vinho integrarem na sua dieta maior quantidade de frutas, vegetais, azeitonas, queijo magro do que os consumidores de cerveja. Isto porque as comidas pré-feitas, o açúcar, as salsichas, o cordeiro e a manteiga ou margarina são os produtos alimentares que mais integram a dieta dos indivíduos que bebem cerveja. “Este estudo indica que as pessoas consumidoras de vinho compram um maior número de alimentos saudáveis do que aquelas que compram cerveja”, reforça Morten Gronbaek do National Institute of Public Health, em Copenhaga.
Para chegar a esta conclusão, Gronbaek e a sua equipa analisaram o cabaz alimentar escolhido e comprado pelos dois tipos de consumidores, tendo sido analisadas 3,5 milhões de transacções.
Apesar de o estudo desenvolvido ter como objecto de estudo os consumidores dinamarqueses, o especialista salienta que estes resultados são semelhantes aos de outras investigações realizadas nos E.U.A e em França.
O perfil educacional é uma variável que está relacionada com o tipo de dieta seguida pelos consumidores de vinho, por um lado, e pelos apreciadores de cerveja, por outro, sugere o estudo dinamarquês publicado no British Medical Journal. Os indivíduos que bebem vinho tendem a ser educados, saudáveis e magros, ou são mulheres de meia-idade que apresentam um consumo moderado. Enquanto que os consumidores de cerveja parecem ser menos educados, rapazes saudáveis, apesar de beberem muito álcool.

Daniela Gonçalves
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http://nereida.dealmeida.net/images/COPO%20DE%20VINHO.jpg

23 janeiro 2006


Estudo da University College London
Stress laboral aumenta a síndrome metabólica


Cientistas britânicos afirmaram ter descoberto a razão pela qual os níveis de stress no trabalho são um factor de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca e de diabetes, noticiou a Reuters Health, no dia 20, citando o British Medical Journal. O aumento da síndrome metabólica está na origem desta relação entre o stress e as duas doenças.
Investigadores da University College London (UCL) demonstraram que o stress laboral pode aumentar a síndrome metabólica, a pressão sanguínea, os níveis de colesterol, os níveis de açúcar no sangue, e o peso dos indivíduos. Este conjunto de efeitos do stress na saúde podem contribuir para o surgimento de doenças cardíacas e da diabetes do tipo 2.
A British Heart Foundation (BHF) afirmou que o estudo sugere os motivos pelos quais existe uma relação entre o stress e a doença cardíaca. Segundo explicou Peter Weissberg, “a boa notícia é que muitas das características da síndrome metabólica podem ser anuladas ou melhoradas pelas mudanças de estilo de vida, em particular, pelo aumento do exercício e pela perda de peso, aliada à perda do hábito de fumar”.
O estudo dos investigadores da University College London (UCL) envolveu 10 mil trabalhadores britânicos por conta de outrem. Os homens que sofriam de stress crónico no trabalho tinham perto do dobro de probabilidade de desenvolverem a síndrome metabólica do que aqueles que demonstraram ter pouco ou nenhum stress, revela o estudo.

Daniela Gonçalves
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20 janeiro 2006

Prevenção de doenças cardiovasculares
Consumo de aspirina cresceu nos E.UA

O número de americanos que tomam, regularmente, a aspirina, para prevenir as doenças cardiovasculares, cresceu cerca de 20 por cento entre os anos de 1999 e 2003, noticiou a Reuters Health, no dia 19, citando o American Journal of Preventive Medicine deste mês. Reduzir o risco de sofrer um ataque cardíaco foi o principal motivo que levou os americanos a tomar diariamente ou quase todos os dias, a aspirina. Em 2003, 36,3 por cento dos adultos, com pelo menos 35 anos, consumiram diariamente ou dia sim, dia não, este medicamento, avançou o American Journal of Preventive Medicine. De salientar que esse número foi superior, entre aqueles que sofriam de doença cardiovasculares e de diabetes, 82,8 e 62,6 por cento, respectivamente.
Até porque este comportamento de consumo da aspirina é recomendado pela American Diabetes Association, para estimular a prevenção de ataques cardíacos e outros problemas cardiovasculares nos doentes com a diabetes, já que estes constituem um grupo de risco.
Os benefícios do consumo de aspirina são confirmados pelo porta-voz da American Heart Association, o cardiologista, Richard Stein. “Aproximadamente a redução de um terço dos ataques cardíacos e ataques cardíacos fatais em pacientes que tomam aspirina ajudará a reduzir a morte e a incapacidade resultante da doença coronária nos E.U.A”, rematou.

Daniela Gonçalves


19 janeiro 2006

Um em cada 200 portugueses sofre de epilepsia
Doença é alvo de estigma social


Discriminação relativamente à epilepsia, encontra-se associada ao desconhecimento das pessoas face à doença, explicou o o Presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia, o neurologista, Lopes Lima, na conferência de imprensa, de dia 18, em Lisboa
Um em cada 200 portugueses sofre de epilepsia e esta doença neurológica é ainda estigmatizada socialmente, afirmou, ontem, numa conferência de imprensa, o Presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia, o neurologista, Lopes Lima, noticiou a LUSA.
“Há muitos estigmas e ideias erradas relacionadas com a epilepsia”, lamentou o especialista, que explicou que a doença “não é contagiosa, não é causada por forças sobrenaturais, não é um castigo e não é perigosa para as outras pessoas”. Na origem deste estigma social relativamente à epilepsia, encontra-se, segundo Lopes Lima, o desconhecimento das pessoas face à doença. E o rosto desta forma de encarar a epilepsia “leva frequentemente à discriminação de pessoas com epilepsia pela família, escola, empregadores e pela própria comunidade”.
Nelson Ruão, de 32 anos, engenheiro mecânico, casado e com um filho, soube que tinha epilepsia aos 22 anos, e aprendeu a conviver com a doença, com o auxílio da medicação. Segundo relatou na conferência de imprensa sobre epilepsia, “não entrou em crise psicológica”, e para tal, foi crucial o apoio da família. No entanto, acrescentou que a sua doença não é conhecida no seu trabalho, já que receia “ser alvo de discriminação”.
Isto porque, continuou, conhece casos de pessoas que sofrem de epilepsia, que foram despedidas quando se descobriu que tinham a doença.
A epilepsia caracteriza-se pela ocorrência de “crises que são uma alteração do comportamento do cérebro”, motivada por uma descarga eléctrica cerebral anormal e excessiva, esclareceu Lopes da Silva. A população com mais de 65 anos constitui, actualmente, o principal grupo vulnerável ao desenvolvimento da epilepsia, tendo por base, o aumento da longevidade. Mas, antigamente, a doença desenvolvia-se mais frequentemente na infância e na adolescência, acrescentou.
As crises epilépticas podem ser de três tipos: as generalizadas – que se caracterizam por várias manifestações como contracções musculares, olhar parado ou postura rígida - , as parciais simples, em que o doente não fica inconsciente durante a crise, e as parciais complexas, em que o doente não se apercebe que está a ter uma crise, e pode ter um comportamento estranho.
Traumatismos cranianos, de parto, certas drogas ou tóxicos, acidente vascular cerebral, problemas cardiovasculares, e doenças infecciosas ou tumores são as principais causas do desenvolvimento da epilepsia.
Estima-se que, em Portugal, 50 mil pessoas tenham epilepsia, um número que se eleva para os 50 milhões de pessoas se consideramos a prevalência desta doença no mundo. Em Portugal, 65 por cento dos doentes têm o seu quadro clínico controlado, através do recurso à medicação, que apresenta, segundo Lopes da Silva, cada vez menos efeitos secundários.

Daniela Gonçalves

18 janeiro 2006

Estudo na comunidade chinesa de Singapura
Diabetes pode aumentar risco de cancro do cólon e recto


A diabetes pode ser um factor de risco decisivo para o surgimento do cancro do colón e recto. A conclusão não é nova, já tendo sido sugerida por estudos envolvendo populações ocidentais, e foi agora confirmada por uma investigação, em que participaram indivíduos chineses residentes em Singapura. O estudo foi noticiado pela Reuters Health, no dia 17, e publicado no Journal of the National Cancer Institute.
O diferente estilo de vida e tipo de estrutura física dos indivíduos desta comunidade asiática, levaram Adeline Seow, da National University of Singapore, e os seus colegas a investigarem a relação entre a diabetes e o risco de cancro do cólon e recto.
Participaram no estudo mais de 60.000 indivíduos, que facultaram informações detalhadas acerca da sua saúde, dieta, e do seu estilo de vida. Os participantes foram acompanhados durante vários anos para analisar a incidência de cancro do cólon e recto nesta comunidade, bem como para identificar os seus factores de risco, tendo sido diagnosticados 636 casos da doença.
Homens e mulheres com historial de diabetes têm 50 e 40 por cento, respectivamente, maior probabilidade de desenvolverem cancro do cólon e recto do que os indivíduos saudáveis. Esta relação é ainda maior nos casos dos pacientes diabéticos que têm um estilo de vida sedentário.
Os investigadores rematam explicando que os seus “resultados confirmam a hipótese de que (elevados níveis de insulina) podem desempenhar um papel (no desenvolvimento do cancro do cólon), mesmo em populações relativamente magras”.

Daniela Gonçalves

17 janeiro 2006



Estudo do Group Health Cooperative
Exercício Físico trava desenvolvimento da demência nos mais velhos


Os adultos mais velhos que praticam exercício físico regularmente apresentam uma menor probabilidade de desenvolverem demência do que os indivíduos sedentários da sua idade. Esta é a conclusão de um estudo realizado pelo Group Health Cooperative, de Seattle, divulgado pela Reuters Health, no dia 16, e que foi publicado no Annals of Internal Medicine, no mesmo dia.
Caminhar três vezes por semana durante 15 minutos pode reduzir o risco do desenvolvimento da demência, sugere o estudo conduzido por Eric B. Larson. O investigador, salienta, no entanto que o ideal e o aconselhável é que “fazer exercício seja um hábito diário”.
Participaram no estudo 1740 indivíduos que tinham, aquando da selecção 65 anos, e não apresentavam qualquer défice cognitivo. Os participantes foram avaliados de dois em dois anos para aferir a incidência de demência.
Durante 6 anos, registaram-se 158 casos de demência, sendo 107 de Alzheimer. Constatou-se que a taxa de demência entre os participantes mais sedentários do estudo era 19,7 por 1000 pessoas por ano, enquanto que essa taxa era significativamente menor, 13 casos por 1000 pessoas por ano no caso dos participantes activos. Isto porque estes praticaram exercício físico três vezes por semana durante o período considerado, o que parece ser uma mais-valia para retardar as consequências degenerativas da demência, sugere o estudo de Larson.
O investigador não concebe, no entanto, o desporto como “arma” de combate ao surgimento da doença, apenas advertindo que poderá ter um papel importante para salvaguardar os adultos mais velhos de virem a “ter numa fase tardia da vida, a experiência de estarem totalmente dementes”.
Daniela Gonçalves
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12 janeiro 2006

Doença de Alzheimer
Obesidade pode ser factor de risco


O aumento de gordura corporal origina um acréscimo dos níveis de uma proteína no sangue, que está relacionada com a doença de Alzheimer, conclui um estudo desenvolvido por investigadores americanos e australianos, citado pela Reuters Health, no dia 10. Parece existir uma relação entre a obesidade e a doença de Alzheimer, sugerem os investigadores do estudo dirigido por Sam Gandy, director do The Farber Institute for Neurosciences, e que foi publicado no Journal of Alzheimer's Disease, em Dezembro de 2005.
“Descobrimos que a obesidade por si só, mesmo de outro modo, nas pessoas saudáveis de meia-idade, está associada a elevados níveis de péptidos amilóides que constroem e causam o Alzheimer”, explica Gandy. Esta proteína é, geralmente, produzida em todas as partes do corpo, e parece encontrar-se, segundo o investigador, associada à formação de placas amilóides no cérebro.
Gandy, Ralph Martins da Edith Cowan University em Joondalup, na Austrália, e os restantes colegas estudaram a relação entre os níveis de péptidos beta-amilóide 42 e o índice de massa corporal (IMC) ou massa gorda em 18 adultos saudáveis.
À medida que o IMC subia, havia um acréscimo nos níveis sanguíneos de beta-amilóide 42, verificaram os investigadores, que não encontraram, no entanto, qualquer relação entre o índice de massa corporal e outros péptidos beta-amilóides 40. Ou seja, não há influência deste tipo de péptidos no desenvolvimento de Alzheimer.
A diabetes e as doenças coronárias são, segundo os especialistas, factores de risco, mas salientam que é a gordura por si só a chave do aumento dos níveis da proteína perigosa para esta doença degenerativa neuronal.

Daniela Gonçalves

10 janeiro 2006


Gravidez e prevenção da osteoporose
Vitamina D é fundamental para a formação do esqueleto das crianças


Os filhos de mães que não integraram na sua alimentação vitamina D, durante a gravidez, sofreram uma redução dos níveis minerais dos ossos, ao longo da sua infância, constituindo um potencial grupo de risco para o desenvolvimento futuro da osteoporose, concluíram investigadores britânicos, citados pela Reuters Health, no dia 6 de Janeiro. Na origem do problema está a importância central de elevados níveis de vitamina D para o crescimento do esqueleto durante a infância, e que ficam em causa se esta não fizer parte da dieta das futuras mães durante a gravidez.
Cyrus Cooper, da Universidade de Southampton, e os seus colegas mediram os níveis de vitamina D constante de amostras de sangue de mulheres seleccionadas durante o período avançado de gravidez e, posteriormente, mediram os níveis minerais dos ossos dos seus filhos já com a idade de 9 anos.
Os investigadores verificaram que as mães que não ingeriram alimentos com vitamina D, durante a sua gravidez, tiveram filhos que apresentavam, aos 9 anos, níveis minerais ósseos inferiores aos dos filhos de mães com elevados níveis de vitamina D.
Crianças que nasceram no Verão, estação que propicia a produção de vitamina D, e aquelas cujas mães tomaram suplementos deste tipo de vitamina demonstraram níveis minerais elevados nos ossos.
Dar suplementos de vitamina D às futuras mães que apresentam baixos níveis “especialmente quando o último trimestre de gravidez ocorre durante os meses de Inverno, pode conduzir a um aumento significativo dos níveis minerais ósseos e a uma redução do risco de fracturas nos descendentes durante a vida futura”, defendem os investigadores
Daniela Gonçalves

Créditos da fotografia: http://www.orthopaedie-sinsheim.de/images/osteoporose_2.jpg

09 janeiro 2006


Redução do risco de mortalidade
“Mau” Colesterol pode ser bom para os mais velhos

Existem dois tipos de colesterol, o “bom”, HDL, e o “mau”, LDL, que é considerado um potencial factor de risco para o desenvolvimento de doenças coronárias, quando os seus valores são elevados. Mas, o LDL não apresenta só malefícios para a saúde, em geral, e para o coração, em particular. Até porque, altos níveis do chamado colesterol “Mau”, podem, em certa medida, ser benéficos para a saúde dos mais velhos, noticiou, a Reuters Health, no dia 4 de Janeiro, tendo por base o Journal of the American Geriatric Society, de Dezembro de 2005.
A conclusão é de um estudo desenvolvido por Valerie Tikhonoff, da Universidade de Pádua, em Itália, e que teve a participação de 3120 indivíduos com 65 ou mais anos, de ambos os sexos, que foram acompanhados durante 12 anos.
É sugerida uma relação entre os níveis elevados de colesterol “mau”, LDL, e a redução do risco de mortalidade nas mulheres e nos homens. O estudo sugere que o risco de ataque cardíaco fatal diminui com os níveis elevados de “mau” colesterol. O LDL “comporta-se assim como um factor predisponente multifacetado e predominantemente não linear da mortalidade cardiovascular e dos outros tipos de mortalidade”, explica Tikhonoff.
Os investigadores ressalvam, no entanto, que as conclusões apresentam-se como sugestões, devendo ser analisadas com cautela, já que, geralmente, prevalece a associação entre os elevados níveis de LDL e o risco acrescido de doenças cardiovasculares e de mortalidade.

Daniela Gonçalves

Créditos da fotografia: http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chdia/n372a.jpg

06 janeiro 2006




Níveis elevados de triglicéridos são prejudiciais para o coração

O excesso de triglicéridos no organismo constitui um factor de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e resulta, geralmente, da adopção de uma dieta calórica.
Cerca de metade dos acidentes cardiovasculares podem ter na sua origem uma quantidade elevada de triglicéridos no sangue, que se encontra associada a baixos níveis de HDL, “colesterol bom”, explica o especialista em Medicina Interna dos Hospitais Universitários de Coimbra, José Manuel Silva. Segundo afirmou à Saúde e Bem-Estar, em Dezembro de 2005, “este facto ilustra o elevado impacte epidemiológico que têm os triglicéridos, em termos de risco cardiovascular”.
A hipertrigliceridemia traduz-se em níveis elevados de triglicéridos no sangue que são uma dislipidemia, ou seja, uma alteração dos níveis de lípidos do sangue. O colesterol é outro lípido que circula no sangue, e que, às vezes, se encontra ligado aos triglicéridos.
Mas, estes dois lípidos são diferentes e têm efeitos distintos no organismo, esclarece o especialista. Os triglicéridos correspondem a um “conceito mais alargado de gordura”, presente no sangue, e que funciona também como “o nosso depósito de energia, mas que, em quantidades excessivas, é prejudicial à saúde”, essencialmente porque “os depósitos abdominais de gordura são metabolicamente activos”.

Dieta saudável e exercício físico
Os hábitos alimentares são, segundo José Manuel Silva, a causa principal do excesso de triglicéridos no sangue. Daí que a eliminação de bebidas alcoólicas, a redução dos açúcares de absorção rápida, e a prática de exercício físico sejam o caminho a seguir para reduzir os níveis desta gordura no sangue.
Isto porque só a adopção de um estilo de vida saudável poderá evitar os elevados níveis de triglicéridos no sangue e o potencial surgimento de doenças cardiovasculares motivadas por esta gordura.
O recurso à medicação é essencial quando os níveis elevados de triglicéridos têm continuidade ao longo de um período considerável de tempo.

Daniela Gonçalves
Créditos da fotografia:

05 janeiro 2006



Editorial
Um bem-haja a todos!Quero agradecer o enorme apoio que me têm dado.É extremamente gratificante vermos um projecto tão ambicionado estar a colher os frutos que idealizámos outrora...Pretendo fazer do jornal de medicina e saúde uma mais-valia no panorama informativo da blogosfera. E como tal, penso que as entrevistas a especialistas de várias patologias, constituirão um pilar fundamental deste espaço.
Mais uma vez reitero o sincero desejo de receber o feed-back dos que se identificam com a linha editorial e informativa deste blog. Só a apreciação de quem lê as nossas peças torna possível a nossa evolução jornalística.
Numa frase, é a busca incessante do conhecimento que nos faz evoluír e sonhar. Os votos de um excelente 2006, com muita saúde e alegria!
Deixo um agradecimento especial à minha amiga Susana Pronto que me incentivou a criar um projecto de redacção on line.
Daniela Gonçalves

Estudo da Universidade de Connecticut
Estatinas não previnem o cancro


Os medicamentos com estatina indicados para o tratamento do colesterol previnem os ataques cardíacos, mas não podem prevenir o cancro, explicaram investigadores, na terça-feira, noticiou a Reuters Health, citando o Journal of the American Medical Association.
Alguns estudos iniciais demonstraram baixas taxas de cancro da mama, próstata, e do cólon entre os indivíduos que tomam estatinas, muito embora não se verifique essa relação de causalidade, já que os investigadores concluíram que esta substância química não interfere com as taxas de cancro. E essa conclusão tem por base os resultados de outros 26 trabalhos de investigação versando sobre a mesma relação, um deles da autoria de Michael White, da Universidade de Connecticut e do Hartford Hospital, e que envolveu 87.000 doentes.
“Quando reunimos todos os ensaios, ficámos com esperança de validar o efeito protector face ao cancro, mas acabámos por não encontrar nada”, lamentou White. Acrescentando que há, inclusivamente, efeitos das estatinas prejudiciais à saúde. A redução da massa muscular e o surgimento de problemas nos orgãos são alguns dos efeitos secundários que afectam alguns consumidores de medicamentos com esta substância.

Daniela Gonçalves

04 janeiro 2006


Prevenção do cancro da mama
Café reduz risco de doença em mulheres com alterações genéticas BRCA1


Mulheres que sofram mutações genéticas BRCA1, que são consideradas um factor de risco para o desenvolvimento do cancro da mama, podem recorrer ao consumo elevado de café para evitar a doença, defende uma equipa de investigadores, noticiou, ontem, a Reuters Health.
Steven A. Narod, da Universidade de Toronto, e os seus colegas estudaram a associação entre o consumo de café e o risco de desenvolvimento de cancro em 1690 mulheres que constituem um grupo de risco, dado terem sofrido mutações genéticas BRCA1 ou BRCA2.
As mulheres que participaram no estudo foram seleccionadas em 40 centros clínicos em quatro países, e responderam a um questionário, que procurou obter o seu nível de consumo de café.
Os investigadores concluíram que as mulheres com este tipo de problema genético, que bebem entre 1 a 3 cafés diários vêem a sua probabilidade de virem a ter cancro de mama descer 10% face àquelas que não consomem esta bebida. E à medida que o nível de consumo aumenta, esta probabilidade de desenvolvimento de cancro da mama nestas mulheres vai sofrendo uma maior redução, a saber: as mulheres que bebem entre 4 e 5 cafés diários ficam como menos 25% de probabilidade de virem a ter este tipo de cancro do que as que não ingerem esta bebida; e as que bebem 6 ou mais cafés vêem esse risco descer 69%, face ao grupo não consumidor, revela o International Journal of Cancer, citado pela Reuters Health.
Isto porque o café tem na sua composição fitoestrogéneo que pode ser um mecanismo protector para as mulheres que têm elevada tendência genética para virem a sofrer de cancro de mama.
No entanto, os investigadores apenas encontraram uma relação entre o elevado consumo de café e a menor probabilidade de desenvolvimento de cancro da mama nas mulheres com mutações genéticas de tipo BRCA1. Ou seja, as mulheres que sofreram mutações genéticas de tipo BRCA2 não reduzem a sua probabilidade de virem a ter cancro de mama, com o consumo elevado de café.
Daniela Gonçalves
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03 janeiro 2006



Psoríase
Fumar pode estar na base do desenvolvimento da doença

Fumar pode ser um factor de risco para o desenvolvimento da psoríase e ter um impacto relevante nas variantes mais severas da doença, revelou a Reuteurs Health, no dia 28 de Dezembro de 2005, citando os Archives of Dermatology de Dezembro do último ano.
Gerald G. Krueger, da University of Utah School of Medicine, em Salt Lake City, e colegas realizaram um estudo comparativo envolvendo 557 doentes com psoríase, e recorreram a três bases de dados da população para investigar a prevalência do consumo de tabaco e da obesidade nestes diferentes grupos.
Constataram que 37 por cento dos doentes com psoríase eram fumadores, enquanto que nos outros grupos se verificou uma diferença percentual considerável. Isto porque entre 13 a 25 por cento dos indivíduos fumavam.
O mesmo sucede com a diferente prevalência de obesidade nos grupos com indivíduos com psoríase e com indivíduos saudáveis. A saber: 34 por cento dos pacientes com esta doença dermatológica eram obesos contra 18 por cento dos indivíduos pertencentes à maior parte da população de Utah. No entanto, e ao contrário do que sucede com o tabaco que surge como potencial causa da psoríase, a obesidade é uma consequência desta patologia, que, segundo explicou à Reuters Health, o investigador Krueger, “parece ter um efeito adverso na imagem corporal, que pode conduzir os doentes a adoptarem estilos de vida que não são saudáveis, como por exemplo, comerem em excesso e praticarem pouco exercício físico.”
Já o consumo de tabaco parece ter um papel decisivo no desenvolvimento da psoríase, defende Krueger. Em causa está a sua influência no sistema imunitário dos indivíduos.
Fumar mais de 20 cigarros por dia aumenta consideravelmente o risco de os indivíduos virem a sofrer de psoríase crónica, concluem os investigadores, que salientam a importância de evitar o consumo de tabaco.
Daniela Gonçalves
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01 janeiro 2006



Relatório do centro médico da University of Southern California
Crianças asmáticas faltam mais à escola

As crianças com asma, principalmente as mais novas, faltam mais dias à escola do que as que não sofrem desta doença respiratória, revela um relatório, citado pela Reuters, no dia 30 de Dezembro de 2005.
Investigadores do centro médico da University of Southern California, em Los Angeles, liderados por Kenny Y. C. Kwong, estudaram os padrões de absentismo escolar de 528 crianças, na sua maioria, hispânicas, que frequentam uma escola no centro da cidade. Os alunos foram divididos em três grupos: grupo com asma; grupo com elevada probabilidade de vir a sofrer de asma; e grupo com baixa probabilidade de vir a ter asma.
As crianças asmáticas faltavam, em média, mais dois dias por ano à escola do que as que não sofriam de asma. O absentismo nos alunos asmáticos foi de 2.7 dias por ano contra 1.3 dias por ano nos alunos sem este tipo de problema de saúde, concluíram os investigadores, sem deixar de sublinhar que tal realidade é mais evidente nas crianças asmáticas mais pequenas.
Problemas respiratórios crónicos e/ ou um deficiente controlo da asma estarão na base da taxa de absentismo escolar das crianças asmáticas, sugere a equipa de Kwong.

Daniela Gonçalves
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